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Salário mínimo no Brasil deveria ser de R$ 6.306,97 em setembro, diz Dieese

O valor foi apurado considerando o estudo mensal sobre o preço da cesta básica no país, que compromete 58% do vencimento mensal

O Tempo

14/10/2022 08h56

O salário mínimo necessário para arcar custos com alimentação, higiene, moradia, saúde, educação, transporte e lazer no Brasil deveria ser de R$ 6.306,97. O valor foi apurado em pesquisa mensal feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O montante foi apurado considerando o estudo mensal sobre o preço da cesta básica no país.

Conforme o Dieese, em setembro o tempo médio de trabalho no Brasil para conseguir arcar com os custos das cestas é de 118 horas e 14 minutos. O comprometimento sobre o salário mínimo no Brasil é de 58,54%. O cálculo para o vencimento mínimo feito pelo Dieese leva em consideração uma família com dois adultos e duas crianças.

O valor de R$ 6.306,97 supera em cinco vezes o atual salário mínimo no país de R$ 1.212,00. “Em setembro de 2021, o valor do mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 5.657,66 ou 5,14 vezes o valor vigente na época, de R$ 1.100,00”, diz um trecho do estudo do Dieese. Técnica do Departamento em Belo Horizonte, Isabella Oliveira Mendes ressaltou que a defasagem do orçamento familiar com a carestia da cesta básica tem implicações sérias às famílias.

Segundo ela, as pessoas acabam vivendo com menos do que o necessário e tendo de fazer escolhas cruciais para sobreviver. Ela lembra que o salário sugerido pelo Dieese é para toda a família, pensando na composição de dois adultos e duas crianças, e que em alguns casos, mesmo com mais de uma fonte de renda, os valores ainda são insuficientes. “Ainda é muito distante da renda média das famílias que acabam tendo dificuldade de arcar de maneira digna com esse conjunto de despesas”, detalha a especialista.

Para ela, o impacto mais grave é sobre a alimentação. “A gente nota uma deterioração na quantidade e qualidade das refeições que as famílias vêm fazendo. Sem falar no lazer que muitas deixam de ter. As pessoas acabam sendo forçadas a fazer escolhas”, acrescentou Isabella. A representante do Dieese ainda reforça que o país vem enfrentando um problema nos últimos anos de alta nos preços de alguns produtos.

No entanto, quando há uma queda nos custos, o movimento de queda não ocorre na mesma proporção dos patamares anteriores, reduzindo o poder de compra da população. “É muito alarmante que acabe se normalizando um patamar de preços tão altos para os alimentos, porque isso prejudica muito a qualidade de vida. Se a família gasta mais com alimentação, ela gasta menos com outras coisas. É necessário pensar em alternativas para rever o poder de consumo e garantir a qualidade de vida da população”, arrematou.

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